"Tens Tudo a Dar, Não Percas Tempo..." - (Lema 2011/12)

terça-feira, 5 de julho de 2011

Sem Vida e Sem Louros!




"Josefa, 21 anos, a viver com a mãe. Estudante de Engenharia Biomédica, trabalhadora de supermercado em part-time e bombeira voluntária. Acumulava trabalhos e não cargos - e essa pode ser uma primeira explicação para a não conhecermos. Afinal, um jovem daqueles que frequentamos nas revistas de consultório, arranja forma de chamar os holofotes. Se é futebolista, pinta o cabelo de cores impossíveis; se é cantora, mostra o futebolista com quem namora; e se quer ser mesmo importante, é mandatário de juventude. Não entra é na cabeça de uma jovem dispersar-se em ninharias acumuladas: um curso no Porto, caixeirinha em Santa Maria da Feira e bombeira de Verão. Daí não a conhecermos, à Josefa. Chegava-lhe, talvez, que um colega mais experiente dissesse dela: "Ela era das poucas pessoas com que um gajo sabia que podia contar nas piores alturas." Enfim, 15 minutos de fama só se ocorresse um azar... Aconteceu: anteontem, Josefa morreu em Monte Mêda, Gondomar, cercada das chamas dos outros que foi apagar de graça. A morte de uma jovem é sempre uma coisa tão enorme para os seus que, evidentemente, nem trato aqui. Interessa-me, na Josefa, relevar o que ela nos disse: que há miúdos de 21 anos que são estudantes e trabalhadores e bombeiros, sem nós sabermos. Como é possível, nos dias comuns e não de tragédia, não ouvirmos falar das Josefas que são o sal da nossa terra?"

in "DN - Ferreira Fernandes"

O GJMAC tem dois membros bombeiros, dois membros que são como a "Josefa" mil e uma actividades, mas nenhuma delas remunerada... ser voluntário é entregar-se, entregar-se mesmo que nos possa custar a vida. Partir e sorrir sabendo que foi ao serviço dos outros que sempre se esteve...
Não tenho medo de ficar no anonimato... os louros nada valem, o bem que se faz vale muito mais.
Fica aqui de alguma forma a todos os bombeiros e demais civis que ajudam as corporações de bombeiros; A todos os civis que se preocupam com o próximo e possuem divisas como "Vida por Vida", "Sempre Alerta para Servir" ou "Estar em toda a parte onde houver bem a fazer e sofrimento a aliviar", a todos estes anónimos o nosso Obrigado.

sexta-feira, 1 de julho de 2011



Avelãs de Caminho, 1 de Julho de 2011
Solenidade do Sagrado Coração de Jesus
Irmãos do GJMAC, afilhados do GMG, amigos do GMC e GMTT e demais conhecidos e leitores.
A igreja celebra hoje mais uma solenidade. Diria eu que a solenidade do Amor de Deus pelos homens. É pelo coração sofredor de Jesus pendurado na cruz que a humanidade é redimida. O Senhor Jesus sofreu na misericórdia do seu coração pelos males da humanidade.
Poderia dizer muitas teorias teológicas, mas de que vale dizer muitas coisas se em obras não mostramos? Já dizia São Paulo “Mostra-me a tua fé, que pelas minhas obras mostro-te a minha fé”, creio que este apostolo dos gentios está correctíssimo. De que vale dizer ter fé, se essa mesma fé fica pela teoria?
“Deus é amor, atreve-te a viver por amor” diz uma música de Taizé. Quem é que aceita o desafio de viver por amor? Quem faz as coisas gratuitamente numa entrega e amor? Viveis por amor? Por amor ao próximo? Por amor a cada irmão que a nós recorre?
Cada vez menos é visível este mandamento de Deus, “amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”. Estamos nós a ser correctos? Estamos nós a precisar de ouvir umas verdade de São Paulo? Pois muitos dizem fazer, mas pouco mostram… e nós missionário quantas vezes compramos guerrinhas, quantas vezes alimentamos guerrinhas? Não devíamos ser meio de amor? Não é suposto haver uma entrega? Recuso-me a dizer sem fazer… “Vale mais fazer sem louros, que louros ter sem nada fazer”…
Mas o Sagrado Coração de Jesus é simples, simples como os pobres, simples como os pequenos, simples como uma criança. E é próprio de uma criança ser simples, tal como o menino no presépio, Magnus Dominus et laudabitis nimis, nunca utem parvus et amabilis nimi, - “O Deus todo poderoso adorável no céu fez-se pequeno e amável”, diz-nos S. Bernardo. Este é um mandato de simplicidade. Dêmo-nos com simplicidade; simplicidade do espírito da fé sempre pronta e completa, simplicidade do coração no amor puro e ingénuo, simplicidade na palavra, simplicidade nos desejos, simplicidade no nosso exterior. Puer cum pueris, cum floribus, cum brachiis libenter esse solet – “O menino compraz-se com os meninos, gosta das flores e das carícias” diz-nos São Boaventura. Se queremos agradar a este divino menino, de coração simples, é preciso que nos tornemos crianças como ele, isto é, simples e humildes; que lhe tragamos as flores das virtudes mais amáveis, a simplicidade, a doçura, a humildade; é preciso que apertemos o seu coração nos nossos braços com amor.
Preferi falar-vos do coração de Jesus pela forma que talvez não estejam lá muito habituados, mas é a que mais gosto, daí partilhar esta visão do Sagrado Coração de Jesus Menino.
Mas mesmo que olhemos para um coração de Jesus trespassado como iniciei esta mensagem, olhemos o que nos diz Ana Maria Javouhey, “Tenho muita pena das pessoas que sofrem e não sabem aproveitar os sofrimentos que o Céu lhes envia para merecerem uma felicidade eterna”, tal como Jesus sofreu pelo seu Sagrado Coração trespassado, para remissão do mundo, sejamos nós capazes de sofrer e aproveitar esse sofrimento em prol da felicidade eterna como nos diz a Madre Javouhey.
Em espírito missionário,
Micael Vidal, Coordenador do GJMAC;
Paróquia de Santo António, Diocese de Santa Joana Princesa