Mensagem da Festa de Santo António
Padroeiro de Avelãs de Caminho e Secundário de Portugal
As minhas fraternas saudações aos meus irmãos do
GJMAC que se alegram na Festa de Santo António, nosso Padroeiro. Ainda as
minhas saudações para os demais amigos e conhecidos do GJMAC.
Vivemos num tempo conturbado, quer pela vida
política, quer pela questão económica e ainda mais grave pela questão social.
Mas que andamos nós afinal a fazer à face da Terra? No século XII um jovem,
filho de famílias abastadas, renunciou aos seus bens e fundou um movimento que
ainda hoje a igreja se alegra. Foi São Francisco este homem singular na
história da humanidade, que tendo tudo, nada quis… e hoje a maioria nada tem e
tudo quer… Francisco de Assis dedicou-se aos que nada tinham e aos doentes…
hoje desprezamos os que nada têm e os doentes… quantos e quantos idosos são
enviados para os lares e lá ficam a morrer sós e abandonados. Hoje a lepra está
controlada e tem tratamento, Francisco de Assis mesmo assim dedicou-se a eles
de alma e coração. E nós que fazemos?
Mas não era de Francisco de Assis que vos queria
falar, era de Fernando de Bulhões. Este senhor, contemporâneo de Francisco de
Assis, tornou-se Frade da ordem dos Franciscanos Menores, era de Lisboa, todos o
conhecemos das festas que Portugal celebra. Frei António, nome com que foi
canonizado e popularizado, partiu para as missões, era um hábil pregador e
embarcou na aventura missionária. É verdade, não é conhecido como Missionário
mas como pregador, não que um missionário não seja um hábil pregador, não que
um missionário tenha de percorrer os Km que Frei António não percorreu, Santa
Teresa do Menino Jesus é padroeira dos missionários e foi uma irmã
contemplativa. Frei António partiu para o norte de África mas logo adoeceu. Não
sendo mártir da doença regressou, mas diz a história que os ventos rumaram o
navio para Itália, verdade ou não foi o rumo que Santo António teve, andou em
Itália, por França, mas só voltou a Portugal uma vez… quando o seu pai faleceu,
sim é um milagre esteve em Itália a pregar e ao mesmo tempo em Portugal no
funeral do seu pai.
Foi tão missionário como os outros, estar em
missão é passar as barreiras do coração, é estar ao serviço, foi o que Santo
António fez. Ainda discutem se Santo António é de Lisboa ou de Pádua, de Lisboa
por lá ter nascido, de Pádua por lá ter falecido e lá estarem as suas Relíquias
no maior templo em sua honra levantado. Eu porém digo que Santo António é de
Avelãs de Caminho, isto porque é nosso padroeiro. Com isto quero-vos dizer que
não importa de onde somos, importa o que somos e o que fazemos.
Santo António deve ter muito com que se rir
quando se depara com estas questões mesquinhas e não reparam que a sua obra é
superior em muitas léguas à questão de onde é…
Ainda deve ter mais espanto com o caminhar que as
pessoas fazem. Para onde caminham as pessoas? Quem celebra a sua Festa com que
sentido o faz? Devemos continuar a realizar procissões solenes e grandiosas
quando o sentimento do acto já há muito se perdeu?
Santo António,
nosso padroeiro, que olhamos o teu exemplo, numa casa de Deus onde temos um
brasão franciscano por razões históricas, protege este teu povo de Avelãs de
Caminho e o povo de Lisboa e de Pádua e todo o povo de Deus, todas as ovelhas
que se vão desviando deste nosso rebanho que é o povo de Deus.
Na certeza que Santo António por todos nós zelará,
votos de uma santa Festa de Santo António.
No espírito
missionário, compromisso pelo baptismo,
Micael Vidal,
Coordenador do GJMAC ,
Paróquia de
Santo António de Avelãs de Caminho
Diocese de
Santa Joana Princesa de Aveiro
Sem comentários:
Enviar um comentário